Sem sentido, talvez.

Como mensagem de final de ano, um amigo enviou um bilhete. Papel de seda, recortes de jornal e três tiras do Jeremias, querido e favorito. Há alguns anos passaram os últimos dias de dezembro trocando bilhetes de boas novas, uma forma divertida de deixar a virada do ano vir sem perder o entusiasmo. Lá, na cidade calma, as mudanças demoram muito para chegar. E, quando o fazem, perdem o sentido de novidade em apenas uns minutos. No bilhete desse ano foram duas mil e oito palavras de incentivo. Motivos de um 'porque não mudar' para o próximo ano. O primeiro promete não mascar mais chicletes (vício). O amigo prometeu ao primeiro parar com os palavrões (outro vício). Lembrou-se de uma promessa velha (do bilheto ano 2000): mudar de cidade. As listas de continuidades estão imcompletas. Depois de tanto tempo, as palavras perderam-se em páginas amareladas pelo tempo, não cumpridas, nomes jogados no tempo. Apesar disso, um novo vínculo foi refeito e novamente ambos reenviaram os bilhetes com recomendações das promessas proferidas por cada um. "Vamos mudar logo, antes que o logo chegue".