Elos

Era um pássaro. Falaram certa vez que Vivia no mungubá. E o que
é mungubá? Não faz sentido. Ok, deixa pra lá. Voltando a
história: era um pássaro e vivia num mungubá. O estado era
imenso, assim como o mar que banha o meu país. E as àrvores,
nossa, as àrvores pareciam pessoas gigantes a conversar. Já
reparou o farfalhar dos galhos durante a ventania? Se bem que
por lá não venta muito, mas chove. Chove bastante o tempo
inteiro. A pele fica úmida. O cabelo seco na raiz e molhado nas
pontas. Agora sei bem porque índio se banha o tempo todo. Os
porcos corriam no mato. Muito tempo atrás, vários fazendeiros
resolveram cultivar porco. Aí faliram. Foram-se todos. Sobraram
os porcos, que correm ferozes pela mata até o ribeirinho. A
àgua é barrenta. Lembra-se, está chovendo. As crianças pulam
das pontes de mungubás cortados de qualquer modo. Agora contei. Já entendeu? As flores parecem brochas de barbeiro. Procure, um dia vai compreender. Jura que é fácil assim, plantar e colher? Rapaiz, tem em tudo que é cidade. E então, porque fica tão grande assim no final? Conto mais tarde, agora é só ligar os pontos.