Cheiro de novidade

Acordo meio doce, com vontade de tristeza. No céu, as nuvens estão num tom branco-acinzentado. E nos vidros dos carros, só há chuva. Lá em cima, parece que choram, e derrubam as lágrimas nas nuvens de algodão, molhando o asfalto quente e tornando o clima mais ameno.

As lágrimas de lá, também estão aqui, onde as pessoas olham desoladas através das vidraças. Está chovendo por toda a parte. Insuportável. Não me parece que vai parar tão cedo.

Sentei para resgatar um pouco daquela criatividade que, despropositalmente, abandonei no ano passado. É típico das pessoas que lutam contra a sua própria resistência. Ou, as maiores desculpas que alguém pode inventar para si mesmo tornam-se o principal empecilho do dia-a-dia.

Lembrei de uma canção antiga. Da mesma época em que nasci. Com ela veio um turbilhão de emoções e recordações que estavam embalados e criando poeira na escrivaninha (aquela do canto esquerdo da sala da memória). E a única coisa que veio a tona é o cheiro de mudança.

Feliz ano novo, mundo velho.