Ora, bolas!

- De que você tem medo?
- De crescer...
- Por que?
- Não sei...

O medo persegue cada um, em todos os momentos. Medo de virar a esquina e nunca mais voltar. Não fazer parte da casa. De não ser o que era antes. Sinto o medo das pessoas que passam. Aqueles que não querem se abrir. Falta de coragem.

A amizade plena que não chega. "Perdi o ônibus, o que fazer?", estar atrasado... De não ir a parte alguma, ou de nunca chegar lá. Será o receio de errar que os motiva a não tentar? Não! O medo é de não terminar, de não completar um ciclo. Ou ainda, de sair dele. O medo entrega, te torna vítima.

O mundo não precisa de vítimas. Já tem de mais. Catástrofes, explosões de ânimos, morte, vida e fim. Falar o sim, querendo o não. Dizer "peraê" quando, na verdade, se quer a entrega. "Vamos?" Eu digo. Mas ninguém quer ver que a hora final chegou. Não querem partir.

- De que você tem medo?
- Acho que dos outros...

"Eles!", eu digo, não reagem. Mas, afinal, o que é reação? Uma pós-ação?! Ou uma ação resposta? No final das contas o problema nem é o tal do medo. É o que está incluso no pacote. E eu não estou nele.