Pelo prazer do devaneio

tem dias que acordo com vontade de tanta coisa. hoje, a fraqueza parecia ocultar o desespero que a noite, em meio a suor, dores no corpo e pesadelos, transmitia. uma ansiedade. talvez seja por conta da ociosidade, ela que sempre está a espera de todos. haverá o dia em que o mundo descansa. e é aí que ela se movimenta: lenta, maldita, entre os recantos desprovidos da proteção da coragem. artigo raro. há tanto que não vejo um frasco.

estou meio perdido, meio encontrado, na cidade desplugada. o que consigo me lembrar era que eu não era eu. era um voz que vibrava junto à outras. como uma corrente sem elos, uma linha imaginária inter-conectada. sobre nossas cabeças saem fiozinhos opacos de espírito. parte essencial para a sobrevivência no mundo dos caminhantes. e estou nele.

agora, completamente desperto, será que conseguirei distinguir dentre a névoa? e se assim o conseguir, será que valerá de algo? os resultados são pouco prováveis de provar. com gosto duvidoso, o referencial torna-se cada vez mais instavél. tão pouco se consegue realizar uma análise mais crível. é assim com o ar, não se consegue voar acordado.