Não foi comigo! ... Foi?



Fui a uma comemoração. Era aniversário de vintecinco anos de uma amiga. Disse para mim, "porque não? Num tô fazendo nada mesmo". Peguei uma grana emprestada, catei minha roupa mais out/in, recolhi as chaves e corri pro abraço. 

Chegando lá olhei para o copo de chopp do colega do lado e disse: "porque não? Tem tempo que não bebo, mas num tô fazendo nada mesmo". Então vamo que vamo e depois de umas duas horas entre redatores, mídias, criativos e eticeteras o nível estava baixando. E o bar fechou. Ouquei, todos disseram. Perguntaram para o google onde tinha uma festa que poderíamos entrar as duas e meia da matina. Acharam uma, mas alguns não concordaram de imediato. Em dez minutos estávamos no local indicado. 

Chegando lá, decidi que já tinha dado de tudo. Voltar para casa seria a decisão mais sensata e inteligente a fazer. Aí a consciência amiga alertou-me de um detalhe já há muito esquecido: no final da fila de inteligência no céu o guichê estava fechado. Enfim... 

Mas aí na tal da festa tentaram me convencer a terminar a noite ali, entre pré-adolescentes com identidades falsas, playbas e coisas do gênero. Olhei, divaguei e voltei a conversar com meus botões: "porque não? Ir pra casa agora pode me garantir uma blitz desnecessária. De manhã não tem detran na rua. Aliás, não tô fazendo nada mesmo". 

Já na portaria a impressão que deu era que não se fazem mais porteiros de #buathys como antigamente. O cara olhou pra minha cara e pediu o RG. Falei para mim: "cara, #olhanosmeusolhos e veja as rugas da infelicidade! Quantos carnavais passei, quantas alegrias explorei? Cê tem certeza disso?" Ouquei, não disse nada disso, passei a RG e a indignação ficou na ponta da língua. 

Entramos. Aí, que delícia de baixo astral. Um copo vai outro vem. O salão tava cheio, aí eu e minha amiga aniversariante resolvemos brindar as recordações de cinco anos atrás. Resultado dançamos loucamente, ouvimos e curtimos DRs, nossas de todos, das músicas, a sensação, das faltas. E o salão começou a minguar, os casais já formados foram se despedindo. Vibe de ex no ar. Eticeta e tal. No final das contas cheguei a uma resolução drástica e insatisfatória: implantaram um chip com alarme (BARANGAVIBE), em mim ou já passei da idade.  

Ouquei, você que chegou até aqui pensando que tinha um final legal, desista. Acabou a história.   

Aliás, acabou não. Logo mais teremos um post especial: ressaca amiga de todos. Not!