Que coisa bôa!

Está cada dia mais difícil estacionar em Brasília. Rodei o setor comercial sul inteiro. Fui parar na 704 sul, quando resolvi voltar. Nunca se sabe se aquela vaga em frente ao CEMA está liberada. Do lado da àrvore grande, estava a moça dos doces. Compro dela sempre que posso. E hoje mais cedo era um momento especial. Então comprei.

Saí perambulando rumo ao escritório quando um senhor começa a falar:
- A mocinha ouviu?
Balancei a cabeça em sinal de positivo. Foi um estrondo perto do telefone público. Então ele continuou:
- Fui mandar um beijo para minha namorada por telefone e o telefone estalou.
Um riso gostoso e contagiante passou de seus lábios para os meus. Mas me segurei. Estava atenta a figura cativante daquele senhor.
- Sabe, essa jaqueta tem o brasão da italia. E as cores da bandeira se parecem com a daquele país do oriente... Ele está em constante guerra... O Iraque.
Hum...
- Não conta pra ninguém, mas tenho 71 anos. E minha namorada tem 51. São só vinte anos, mas tem muita gente que não gosta. Acham que velhos não tem direitos de serem felizes.
Concordo. Todos tem direitos de serem felizem. Em qualquer momento. E, nesse caso, em qualquer lugar. Senti uma inveja da alegria do senhor. E não me pareceu tão velho. Despojado de felicidade, me desejou uma boa tarde.

Pra você também... pra você também!